Sabes que pele é a minha?
Aquela que veste os outros, na hora em que me dispo.
Tenho uma pele que não é minha; empresto-a a todos os nus que encontro com frio;
visto-lhes o corpo, a alma, as dores, com a minha pele permanente e tão efémera
quanto as vezes que precisa de mudar.
Já não sei se visto a minha pele, se a de todos aqueles que encontro e visto.
Já não sei se eu sou eu ou o somatório de todos aqueles com que me cruzo e a quem
me empresto, vestindo-os.
Em todo o caso, sinto-me sempre nua.
Texto: Maria João Martins
Fotografia: Mafalda Franco
Tenho uma pele que não é minha; empresto-a a todos os nus que encontro com frio;
visto-lhes o corpo, a alma, as dores, com a minha pele permanente e tão efémera
quanto as vezes que precisa de mudar.
Já não sei se visto a minha pele, se a de todos aqueles que encontro e visto.
Já não sei se eu sou eu ou o somatório de todos aqueles com que me cruzo e a quem
me empresto, vestindo-os.
Em todo o caso, sinto-me sempre nua.
Texto: Maria João Martins
Fotografia: Mafalda Franco
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