segunda-feira, 8 de junho de 2015

Em cada alvorada


Em cada alvorada,
O sol presta homenagem com o seu sorriso
Às pétalas de rosa orvalhadas.
E a todos os poentes,
O sol despede-se, e chora, baixando o rosto
Esperando avidamente a próxima madrugada.
A gaivota roça o mar,
Docemente, levemente,
Como quem teme tocar
E rejubila de alegria
Quando no seu vôo picado
Sente do alto a maresia.
E o mar, o grande mar
Na serena imensidão
Cala o furor e a vaga,
Silencia calmamente
E espera ternamente
Que a gaivota trave a luta
Corpo a corpo,
Ferozmente,
Com paixão e sem razão.
E o sol que é espectador,
No auge do meio-dia
Vê no mar vaga e furor
E a gaivota em vôo picado
É gaivota e maresia.

Texto: Maria João Martins
Fotografia: Eduardo Bicudo

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